São transtornos de humor que se manifestam em crianças, adolescentes e adultos, mas nem sempre são identificados prontamente.
Transtorno Bipolar – apresenta comportamento instável, que combina momentos de agitação e euforia com longos períodos de prostração e desalento.
Transtorno do Déficit de Atenção – o diagnóstico começa com uma extensa análise clínica do caso por um especialista em TDAH e co-morbidades, quando são analisadas as características cognitivas, comportamentais e emocionais relacionadas à presença ou não da hiperatividade e impulsividade.
A partir daí, a depender das características do caso, o especialista pode solicitar outros testes e exames, desde exames físicos até avaliação cognitiva, neuropsicológica, comportamental e/ou emocional.
Muitas crianças sofrem no período escolar, porque os pais e educadores não sabem que o comportamento inadequado faz parte de uma doença.
Geralmente são as crianças que não se adaptam devido ao seu comportamento agressivo, hiperativo, impulsivo, desatento, instável ou depressivo.
As queixas são por não fazer as coisas até o final, deixar tudo largado e pela metade… É comum tentar explicar a desatenção, hiperatividade, agitação, impulsividade como traços de personalidade, irresponsabilidade ou falta de interesse.
Outros sintomas que podem ser indicadores: diminuição da necessidade de sono, tagarelice, grandiosidade, aumento da distração, agitação e diminuição da crítica.
Segundo a doutora Lee Fu-I médica do Serviço de Psiquiatria Infantil do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, que atende mensalmente cerca de 150 pacientes infantis com transtorno bipolar, 60% dos adultos portadores de TB afirmam ter manifestado a doença já na infância ou na adolescência, passando-se alguns anos e até décadas entre o início da doença e a constatação do diagnóstico.
Na Fase Adulta
Transtorno Bipolar: a pessoa não consegue entender as mudanças de humor que sente. Ela fica insegura, não sabe o que tem nem o que está acontecendo. Pode gerar isolamento, por medo de não conseguir prever o próprio comportamento.
Se acontecer um imprevisto desagradável, ela pode reagir de modo violento ou sentir imensa vontade de fazê-lo. Logo após, pode entrar em depressão e ter comportamentos prejudiciais à sua saúde.
TDAH: pessoas talentosas deixam de desenvolver todas as suas capacidades devido a erros por desatenção. Ações impulsivas levam a conseqüências indesejadas e a agitação mental impede descansar, recuperar as forças, podendo levar à exaustão.
Desatenção, problemas com memória, falta de organização, dificuldades em levar tarefas e projetos até o final… Estas são queixas comuns, na área profissional ou acadêmica.
Tratamento
No caso do TDAH – e de todos os outros transtornos que envolvem o funcionamento cognitivo comportamental e emocional, é necessário um tratamento integrado, dirigido tanto aos déficits de base orgânica quanto aos comportamentais. O quanto se investirá em cada área, por quanto tempo e com qual prioridade varia de acordo com o caso.
A base orgânica do TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção – está relacionada a anomalias no funcionamento das áreas corticais. Entretanto, a manifestação destes déficits biológicos e sua intensidade depende das condições ao redor – o contexto de vida, a organização familiar, o tipo de escola, o ambiente de trabalho, etc. – e também da história pessoal de vida – quais habilidades comportamentais, quais facilidades e dificuldades, entre outras. Há algumas condições ambientais que favorecem o aparecimento das formas mais graves do transtorno.
“O tratamento precoce do Transtorno Bipolar traz uma evolução muito melhor na fase adulta. Você poupa muito sofrimento e a qualidade de vida na fase adulta é muito melhor”, alerta a doutora Lee Fu-I. Para crianças, os medicamentos mais utilizados hoje em dia são os estabilizadores de humor do tipo anti-convulsivantes, sendo que entre eles o lítio é considerado padrão “ouro”, isto é, o mais indicado de todos.
A intervenção medicamentosa é necessária e produz efeitos. Existem melhoras significativas, porém não é fácil reverter o problema completamente. Mas consegue-se fazer a criança funcionar bem melhor nos seus relacionamentos e nas suas metas, capacitando-a para construir o seu percurso de vida.
Juntamente com os remédios, o tratamento deve incluir também atividades de psicoterapia, tanto para o paciente como para os seus familiares. “O psicoterapeuta tem que falar com a família, não apenas com a criança. A família precisa se capacitar para lidar com a criança”, conclui Jonia Lacerda.
Além da psiquiatria e da psicologia, a ação multidisciplinar para tratar a criança e adolescente com transtorno bipolar deve incluir também a pedagogia, para ajudar no desempenho escolar, quase sempre prejudicado em razão da doença.
Sites consultados:
WWW. /diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/
/www.dda-deficitdeatencao.com.br
Livro: Transtorno Bipolar na Infância e Adolescência: aspectos clínicos e comorbidades/ Lee Fu-I, Miguel Angelo Boarati e cols.