É na Terceira Idade que a pessoa se aposenta, na maioria das vezes, e deixa de exercer suas funções na sociedade. É uma etapa difícil se não for bem esperada e preparada.
Algumas pessoas fazem do seu trabalho a razão da sua existência. Não se imaginam sem a atividade que desempenham há tantos anos. A conseqüência dessa atitude é a inconformidade ao se desvincular da empresa. Aflora o sentimento de incapacidade e inutilidade. A somatização desse sentimento traz as doenças físicas e psicológicas. Por isso, é muito importante estar preparado para essa nova etapa da vida.
Se desde que nascemos passamos por transformações e adaptações, é normal que precisemos nos adaptar às novas condições.
Uma pessoa que cuida da saúde física e psicológica durante toda a vida, terá mais facilidade de realizar essa transição.
Um bom exemplo é a senhora Walquíria Magalhães Martins, que reside em Guarulhos, SP.
Ela participa desde 2007 de um grupo de ginástica para a Terceira Idade onde fazem alongamento, dança e caminhadas no Bosque Maia. Walquíria conta que adquiriu vida nova desde então; não toma medicamentos e se sente muito bem. Tem dois filhos e quatro netos e aproveita tudo que essa fase da vida pode proporcionar.
Nutre saudades dos tempos de juventude, mas recomenda a todas as pessoas que não parem no tempo, procurando cultivar a saúde do corpo, para manter a mente sadia e vice-versa. Participar dos grupos de Terceira Idade, segundo ela, é uma forma de conservar a juventude.
Recordando o seu passado, diz que no Parque Balneário Vila Galvão, atual Lago dos Patos, eram realizados bailes, que todos podiam frequentar. “ A gente era simples, mas se podia viver e divertir com tranqüilidade. Havia respeito, o que falta hoje em dia”.
Afirma: “ A vida era sacrificada mesmo para os jovens, que precisavam buscar lenha para alimentar o fogão. Mas era uma vida saudável. A água do Rio Cabuçú era limpa. Não havia coleta de lixo como há hoje, mas as ruas eram limpas, porque os pais ensinavam os filhos a não jogar coisas no chão. Todos se chamavam de senhor ou senhora e os mais novos pediam a benção aos mais velhos. Se podia confiar nas amizades”.
Apesar das comparações que faz dos tempos antigos com os atuais, mostra-se em sintonia com a modernidade: “ A gente precisa acompanhar o tempo, viver, conviver e usufruir a vida. Se não, as pessoas ficam doentes. Se ficamos ocupados de forma sadia, não temos tempo para envelhecer”.
Mudar, reciclar, transformar, aproveitar o que há de bom no passado e transportá-lo para o presente. Assim semeamos nosso futuro, que é tão próximo como o momento seguinte!
Para finalizar cito o poeta Fernando Pessoa:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”