por Inês Hurtado
Numerosas ações de sensibilização foram realizadas na França para celebrar a 16ª Jornada Mundial contra o Alzheimer, com a preocupação em especial nos acompanhantes dos afetados por esta doença.
Mesas redondas, projeções de filmes, jogos de futebol, concursos de pintura e conferências de informação, entre outras atividades, foram realizadas em todo o país para chamar a atenção sobre a doença.
Este mal que afeta mais de 25 milhões de pessoas em todo o mundo e umas 850 mil nesse país deixa também seqüelas físicas e psicológicas importantes no entorno de quem padece, segundo dados da associação France Alzheimer.
Na França, 70 por cento dos enfermos vivem em seu domicilio e são assistidos por um familiar próximo, por isso, foram homenageados e decidiu-se chamar a atenção do público sobre as condições de vida desses familiares.
O cuidador, como é chamada a pessoa que cuida do doente, tem que acompanhar o doente em todos os momentos, e a responsabilidade e cansaço aumentam , de acordo com a evolução da doença. Geralmente, o doente fica a cargo de um único parente. É uma medida inadequada.
É infinitamente mais difícil, cuidar de um parente que de um estranho. Isso ocorre porque há o envolvimento emocional. O pai ou marido que ficou doente deixa de ser a pessoa que sempre foi, e passa a ser como um estranho, mas que, às vezes, se comporta como o pai ou marido que foi.
Os sentimentos de perda, a tristeza de ver o ente querido transformando-se física e psicologicamente é um fardo muito pesado. O sofrimento, por saber que não há cura e que a doença é degenerativa e pouco ou quase nada se pode fazer, causa um sentimento de impotência e desesperança.
Deve ser feito um trabalho de revezamento, onde o cuidador tenha tempo para descansar e cuidar de seus próprios interesses.
As pessoas que cuidam de doentes se cansam e estressam, passam a gritar com o doente, ter raiva da situação e acabam ficando doentes.
Quando não há com quem revezar, o ideal é colocar o paciente em uma casa de repouso, onde existam pessoas habilitadas para cuidá-lo.
Dias atrás, investigadores de Grã-Bretanha e França identificaram três novos genes cuja atividade aumenta o risco de desenvolver este mal. Dois deles, denominados clusterina (o CLU) y PICALM, foram descritos pelos ingleses, e o terceiro, denominado Receptor Complementar 1 (o CR1), pelos franceses. De acordo com os cientistas, se conseguirem neutralizar os efeitos desses genes, se poderia prevenir milhões de casos a cada ano.