Desde o momento do nosso nascimento estamos em contínuo processo de amadurecimento e aprendizagem. Mas em dados momentos da vida ocorrem tantas mudanças que alteram os comportamentos, as ideias, valores e prioridades. A nossa maneira de interagir e compreender o próximo e a nós mesmos fica afetada. É necessário então reaprender a fazer o que fazíamos antes tão bem sem nos dar conta.
Respirar
Os bebês respiram enchendo os pulmões e expelindo o ar de forma que vemos a ondulação do sobe e desce da barriguinha deles.
O tempo passa e começamos a respirar de forma incompleta. Enchemos de ar somente a parte superior do tórax e expelimos o ar rapidamente. Essa forma de respirar é a responsável pelo aumento da ansiedade e o aparecimento de doenças que se devem à má oxigenação do corpo. A reeducação se faz necessária e pode ser feita com exercícios respiratórios. A prática da yoga é excelente assim como o pilates.
Olhar e Ver
Acostumados a chegar a casa e encontrar sempre o mesmo ambiente e as mesmas pessoas, olhamos, mas não nos detemos para ver o que há de novo ou diferente. Os objetos podem ser os mesmos, mas as pessoas podem estar muito diferentes. Precisamos olhar para o semblante delas e ver como estão. Perceber se estão felizes, tristes ou cansadas. Perguntar com real interesse: Como foi o seu dia?
Escutar e Ouvir
Perguntamos como foi o dia, mas nem sempre o fazemos com real interesse. A resposta escutada não é processada, pois a cabeça está cansada pelo enorme turbilhão de informações que nos atingem diariamente. A pessoa responde, mas não é ouvida. Às vezes damos uma resposta que já está pronta e não é o que a pessoa precisa ouvir.
Separar um tempo para dedicar-se à família
Se fizermos uma conta, de modo geral, as pessoas passam de 10 a 14 horas fora de casa no transporte e no trabalho. Dormem de 6 a 8 horas por noite. Assim vemos que sobra pouco tempo para dedicar à família.
Esse tempo é compartilhado com as refeições, a televisão, a internet… Ou seja, novamente o ver e ouvir ficam prejudicados.
A hora de sentar e conversar com a esposa; brincar com os filhos pequenos; dialogar com os filhos adolescentes, fica prejudicada e torna-se insatisfatória para quem esperou o dia inteiro por isso.
Se faz necessário desligar a televisão e o computador. Olhar, ver, escutar, ouvir, prestar atenção a todos que são importantes e gostam de nós. Compartilhar com eles os sentimentos, acontecimentos diários, alegrias e pensamentos. Estar receptivos para entendê-los. Pedir ajuda e ajudar. Sorrir, abraçar, brincar, conversar, descontrair-se.
Afinal, em casa, temos o direito de ser quem realmente somos: pais, mães, filhos, irmãos, maridos, mulheres, avós… Pessoas que amam e querem ser amadas, respeitadas, ouvidas e aceitas.
Quando isso não acontece, as pessoas sentem que, mesmo chegando em casa, lhes falta algo. Alguma coisa não vai bem, mas não conseguem detectar o que está errado ou incompleto. Começam as discussões, a infelicidade e o desconforto de estar em um lugar pouco acolhedor. Vem a sensação que estava melhor na rua que no seu lar.
Se esse for o seu caso e não conseguir detectar o que há de errado, procure o auxílio de um psicólogo. Faça terapia para se conhecer melhor, identificar o que o incomoda e sanar as dificuldades. Pense em melhorar sua qualidade de vida e a de sua família.
O que está errado comigo?