Vivemos em uma sociedade de contrastes.
Enquanto algumas tem o bebê e o jogam na caçamba de entulho… causando espanto e indignação… outras sonham em ter seu próprio filho, a sua continuidade, alguém a quem transmitir o que sabem, o que possuem e o amor que tem!
Na história da humanidade a mulher não fértil era vista como castigada e podia até ser excluída da família. Não havia tratamento para isso. A fertilidade era um presente dos deuses. A mulher grávida era a que trazia sorte, alegria e riqueza para o lar.
Hoje, para ter o filho tão sonhado, os casais planejam, programam e esperam. Porém, nem sempre a gestação ocorre. Então começa a peregrinação por médicos e laboratórios para descobrir e corrigir o que não está permitindo a gravidez.
A investigação, geralmente, começa pela mulher que vai ao ginecologista e se submete a vários tipos de exames. Quando a causa não é detectada, então o parceiro tem que fazer os exames necessários.
A gravidez é um processo que envolve fatores: físicos, psicológicos, sociais, financeiros e religiosos . Por isso, a infertilidade pode ser multi-determinada. É fundamental que haja um diagnóstico conjugal para iniciar o tratamento.
A decisão de realizar um tratamento para engravidar, exige um grande investimento emocional. É preciso investigar os reais motivos que levam o casal ou um deles a realizá-lo. Nas consultas com a psicóloga se detectam os sonhos, sentimentos, expectativas e crenças que influenciam essa decisão. Muitas vezes alguns são inconscientes e precisam ser trabalhados. Muitas perguntas precisam ser repensadas e respondidas.
Trazer ao mundo um ser humano, seja por processo natural, seja por reprodução assistida, requer estabilidade emocional; compromisso de amar, respeitar e educar para que ele tenha o seu lugar na sociedade; aceitação do outro como um ser diferente das expectativas.
Também é preciso estar preparado para as mudanças que a gestação e a maternidade trarão à vida do casal. São alterações físicas, de humor, sexuais e na própria rotina. O parceiro deve estar consciente e preparado para essas alterações. As mudanças se iniciam desde que há o desejo de engravidar, seguem por todo o período gravídico e pós-parto. São fases diferentes, com características próprias e gerais, o que não quer dizer que todas as mulheres a vivam da mesma forma ou com a mesma intensidade. Há as diferenças individuais e a história de vida de cada uma delas.